A cinomose canina é uma doença viral altamente contagiosa que afeta cães em todo o mundo. Causada pelo Morbillivirus canino, a doença pode levar a uma série de sintomas graves, incluindo lesões respiratórias, gastrointestinais, cutâneas e, principalmente, neurológicas. Estas últimas são particularmente debilitantes, causando lesões desmielinizantes no sistema nervoso central (SNC) que resultam em diversos problemas neurológicos. O tratamento tradicional é muitas vezes limitado a cuidados de suporte, mas a terapia com células-tronco mesenquimais (CTM) oferece uma nova esperança para a regeneração e reparação neural em cães afetados pela cinomose.
As células-tronco mesenquimais (CTMs) são células adultas com capacidade de autorrenovação e diferenciação em várias linhagens celulares. Elas são notáveis por suas propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras, além de promoverem a regeneração tecidual. Quando administradas, as CTMs podem migrar para áreas lesionadas, produzindo fatores solúveis que ajudam a mitigar a inflamação e promover a recuperação celular.
Estudos demonstram que a administração de CTMs pode atenuar significativamente os sinais neurológicos em animais com lesões do SNC. As CTMs derivadas do tecido adiposo são particularmente promissoras devido à sua fácil obtenção e alta taxa de proliferação. Elas funcionam principalmente através da secreção de fatores parácrinos que modulam o microambiente inflamatório, promovem a angiogênese e estimulam a regeneração celular.
A terapia com células-tronco mesenquimais representa uma abordagem inovadora e eficaz para o tratamento da encefalomielite causada pela cinomose em cães. Com suas propriedades regenerativas e imunomoduladoras, as CTMs oferecem uma nova esperança para cães que sofrem dessa condição devastadora. Este avanço sublinha a importância contínua da pesquisa em medicina regenerativa, tanto para a saúde animal quanto para a potencial aplicação em condições neurológicas humanas. A aplicação de CTMs pode não apenas melhorar a qualidade de vida dos animais afetados, mas também fornecer insights valiosos para tratamentos futuros em humanos com doenças neurológicas semelhantes.
Estudo completo em: https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNSP_6e4388a1151d99436227af994189b525