Cinco cabras fêmeas foram utilizadas, submetidas a três falhas osteocondrais cirúrgicas no joelho direito, tratadas, respectivamente, com células-tronco mesenquimais xenogênicas da polpa dental, plasma rico em plaquetas xenogênico e esponja hemostática de colágeno hidrolisado. As lesões foram avaliadas após 60 dias de tratamento, com o objetivo de identificar a presença de cartilagem hialina ou fibrocartilagem e o padrão ósseo subcondral (regenerado ou desorganizado). O transplante de células-tronco mesenquimais xenogênicas induziu predominantemente a formação de cartilagem hialina (P < 0,05), sem evidências histopatológicas de inflamação em comparação com os outros tratamentos. As terapias com plasma rico em plaquetas xenogênico e esponja hemostática de colágeno hidrolisado induziram maior formação de cartilagem fibrocartilaginosa, sem diferença significativa entre eles (P > 0,05). Macroscopicamente, as lesões do grupo tratado com células-tronco mostraram formação de tecido de reparo firme, coloração opaca, integrado com a cartilagem adjacente e preenchendo quase completamente a falha. Os grupos tratados com PRP e esponja hemostática de colágeno hidrolisado apresentaram, em média, preenchimento parcial da lesão, com forma irregular e coloração escura. Discussão: A ausência de evidências macroscópicas e histopatológicas de um processo inflamatório na superfície e na porção interna das lesões osteocondrais tratadas com células-tronco xenogênicas, provavelmente devido à baixa expressão do Complexo Principal de Histocompatibilidade tipo II por essas células, teoricamente induzindo baixa resposta de rejeição. Tais observações são de grande importância, uma vez que a síndrome de doença do enxerto-contra-hospedeiro é uma condição séria, responsável pela baixa eficácia terapêutica com o transplante de células ou enxertos em humanos. A formação de fibrocartilagem, embora sem evidências macro e microscópicas de degeneração ou necrose, nas falhas osteocondrais tratadas com PRP e esponja hemostática de colágeno sugere que fatores parácrinos do microambiente local da falha osteocondral são possivelmente responsáveis pela formação do tecido fibrocartilaginoso ou pela inibição da formação normal de cartilagem. A fibrocartilagem formada nos grupos de Plasma e Controle contribuiu para o comprometimento no preenchimento da lesão, contrastando com o preenchimento quase completo das lesões tratadas com células-tronco. A xenotransplantação de células-tronco mesenquimais induziu a formação de cartilagem hialina e não promoveu evidências histopatológicas de rejeição em lesões osteocondrais nos joelhos de cabras. Os tratamentos com PRP e esponja hemostática de colágeno hidrolisado induziram maior formação de cartilagem fibrocartilaginosa nas falhas osteocondrais.
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