A terapia com células-tronco mesenquimais é uma alternativa inovadora proposta por vários estudos na área de medicina regenerativa, para o tratamento de diversas doenças humanas e animais, sejam crônicas ou degenerativas. Essa proposta é fundamentada nas características in vitro de baixa imunogenicidade, uma vez que não expressam níveis significativos do Complexo Principal de Histocompatibilidade tipo 2; na capacidade imunomoduladora, visto que podem induzir a imunossupressão por meio da produção de diversas quimiocinas com propriedades anti-inflamatórias; além da capacidade de plasticidade, demonstrada pela diferenciação em diferentes linhas celulares (Costa et al. 2017; Rocha et al. 2017; Sironi et al. 2017; Xie et al. 2018). As células-tronco mesenquimais são definidas pela capacidade de auto-renovação e diferenciação em tipos celulares especializados. Essas células são caracterizadas in vitro por uma morfologia fibroblastoide, adesão à superfície plástica e habilidade de diferenciação em outras linhas mesodérmicas, como adipócitos, osteócitos e condroblastos (Da Rocha et al. 2012).
O cordão umbilical é um órgão de transição responsável pelo fornecimento nutricional ao embrião e/ou feto no útero materno, composto por várias estruturas: a membrana amniótica, vasos sanguíneos e o gel de Wharton (Argôlo Neto et al. 2016; Bastawrous et al. 2016).
Células-tronco mesenquimais derivadas do cordão umbilical (UC-MSCs) e de anexos fetais são fáceis de serem obtidas, prontamente disponíveis, não exigem procedimentos invasivos, não apresentam riscos aos doadores e têm baixo potencial de transmissão de infecções (Gauthaman et al. 2012; Bastawrous et al. 2016; El-Ashmawy et al. 2018). Além disso, elas não expressam moléculas coestimuladoras, portanto, têm baixo potencial imunogênico e tumorigênico, fonte ilimitada e alto potencial de diferenciação. As MSCs são consideradas potenciais agentes terapêuticos para o tratamento de inúmeras doenças (Taghizadeh et al. 2011; Volarevic et al. 2014).
As UC-MSCs tornaram-se uma fonte atraente de MSCs devido à sua abundância, acessibilidade, alto potencial de isolamento e taxas de proliferação, podendo ser obtidas de tecidos fetais em diferentes idades gestacionais (Mohammadi et al. 2018). Considerando sua disponibilidade e o procedimento de colheita não invasivo, as UC-MSCs são uma fonte promissora. Estudos têm mostrado que as MSCs derivadas do Gel de Wharton (WJ-MSCs) oferecem melhor utilidade clínica devido às suas propriedades benéficas únicas em comparação com outras fontes (Gauthaman et al. 2012; Desancé et al. 2018).
Dentre os modelos animais propostos para estudos com UC-MSCs, as cabras destacam-se por sua rusticidade, docilidade, tamanho reduzido e semelhança morfológica com órgãos internos. Essas características favorecem a pesquisa biomédica tanto para a saúde humana quanto animal e o aprimoramento das biotécnicas reprodutivas (Gugjoo et al. 2020).
O objetivo desta pesquisa foi avaliar a expansão, cinética celular, plasticidade, caracterização imunofenotípica e criopreservação celular, sob cultura in vitro, para uma melhor compreensão dos mecanismos morfológicos das WJ-MSCs de cabras.
Acesse o artigo completo em: https://doi.org/10.14393/BJ-v37n0a2021-50386