A úlcera de córnea, ou ceratite ulcerativa, é uma condição ocular comum em pequenos animais, caracterizada por lesão e inflamação na camada externa da córnea. Além de ser uma das enfermidades mais frequentes, pode levar à perda de visão nos animais de estimação. A córnea desempenha um papel crucial como barreira protetora contra danos e agentes externos.
As causas da úlcera de córnea incluem traumas, alterações nas pálpebras, lesões químicas e infecções microbianas. O diagnóstico é realizado por meio de testes como Schirmer e fluoresceína, que ajudam a identificar a localização exata da lesão. Classificada em superficial, profunda e perfuração corneana, a gravidade determina a abordagem terapêutica.
O tratamento pode ser clínico, com o uso de colírios antimicrobianos e anti-inflamatórios, ou cirúrgico, envolvendo procedimentos como adesivos teciduais e ceratoplastia reconstrutiva. Alternativas inovadoras, como a terapia celular com células-tronco mesenquimais (CTM), provenientes de tecidos como medula óssea, polpa dentária ou tecido adiposo, estão sendo exploradas. Essas células multipotentes têm a notável capacidade de se diferenciar em diversas linhagens de tecidos mesenquimais, desempenhando um papel essencial no processo de cicatrização.
As CTM possuem propriedades anti-inflamatórias, moduladoras do sistema imune, angiogênicas e anti-fibróticas. Seu destaque reside na capacidade de responder ao ambiente inflamatório, produzindo fatores parácrinos que estimulam a cicatrização. Estudos já evidenciam resultados promissores no tratamento de úlceras de córnea profundas não responsivas ao tratamento convencional, apontando para a possibilidade de substituir abordagens tradicionais e otimizar a recuperação ocular com essa inovadora terapia celular.
Estudo completo em: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8337