A cinomose, causada pelo Morbillivirus canino, é uma doença altamente contagiosa que afeta cães, manifestando-se em diversos sistemas do corpo simultaneamente. Com alta taxa de infectividade e mortalidade, a cinomose canina é uma condição séria, com tratamento limitado a terapias de suporte. No entanto, uma abordagem inovadora está sendo explorada por cientistas do campo da medicina regenerativa.
Pesquisadores do Bone Research Lab, vinculado à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FORP-USP), estão investigando o potencial da terapia com células-tronco mesenquimais (CTMs) no tratamento da cinomose canina. As CTMs, conhecidas por sua capacidade única de diferenciação e multiplicação, têm despertado interesse na medicina regenerativa.
O vírus da cinomose canina tem uma rápida replicação e atinge o Sistema Nervoso Central (SNC), com transmissão ocorrendo por diversos meios, incluindo excretos respiratórios, fezes, urina e secreções oculares aerossóis. Apesar de ser relativamente instável fora do hospedeiro, a letalidade da cinomose permanece alta.
O tratamento convencional é limitado a terapias de suporte, com antibióticos e complementos nutricionais indicados para infecções bacterianas secundárias. Contudo, a terapia com células emerge como uma alternativa promissora. Estudos anteriores demonstraram sucesso dessa abordagem em casos de esclerose múltipla humana, condição neurodegenerativa com sintomas semelhantes aos da cinomose canina.
As CTMs, sendo células indiferenciadas com notável capacidade de regeneração, podem desempenhar um papel fundamental na reparação tecidual do SNC e de outros sistemas afetados pela cinomose. A capacidade das CTMs de interagir com células envolvidas na resposta imune e controlar a inflamação sistêmica sugere benefícios clínicos significativos.
Apesar da necessidade de mais pesquisas antes da aplicação em pacientes, essa inovação pode representar uma esperança para animais afetados pela cinomose, oferecendo uma abordagem natural e eficaz para estimular a regeneração do organismo.
Artigo completo em: http://revista.universo.edu.br/
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